Em grupo do Ministério da Saúde (MS) para administrar perguntas da imprensa em coletivas, jornalista da Rádio Nacional, emissora da empresa pública Brasil de Comunicação (EBC) [1] faz perguntas sobre qualificações para nomeações no Ministério e é posteriormente realocado [2]. Suas perguntas, ‘quais critérios estão sendo usados para ocupação dos cargos comissionados no Ministério da Saúde? Militares e empresários sem nenhuma experiência em saúde pública terão condições de combater a maior pandemia dos últimos 100 anos?’ [3], não são respondidas e, no mesmo dia, o jornalista recebe mensagem do chefe da estatal, avisando que ele deixaria de cobrir o MS [4]. O episódio gera repúdio de entidades ligadas à comunicação e ações da oposição no Congresso. Em nota, Sindicatos de Jornalistas e Sindicatos dos Radialistas e a Comissão de Empregados da EBC classificam o episódio como ‘censura’ e ‘assédio moral’ [5]. Já a bancada do PSOL na Câmara dos Deputados pede à Procuradoria-Geral da República investigação sobre a EBC [6] e, cerca de três semanas depois, envia requerimentos à Secretaria de Governo e ao Ministério das Comunicações pedindo informações sobre o ocorrido [7]. O episódio acontece em meio à crescente militarização do Ministério da Saúde [veja aqui] e a exonerações possivelmente políticas [veja aqui].
Leia as análises sobre militarização dos quadros executivos e a proporção de militares no atual governo em comparação com o passado.