Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Mortes por polícia no Brasil crescem 26% nos dois primeiros meses de pandemia de acordo com levantamento

Tema(s)
Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo

De acordo com levantamento da imprensa, mortes cometidas por policiais aumentaram em 26% durante os dois primeiros meses da pandemia de coronavírus, março e abril [1]. Levando em consideração a heterogeneidade da corporação entre os estados, especialistas apontam diversos fatores que poderiam explicar o fenômeno: a menor possibilidade de fiscalização por parte da população; a maior pressão a que estão submetidos os policiais [2]; a atenção do público voltada para outras situações, fazendo com que os policiais se sintam mais à vontade para agir discricionariamente [3]. Ainda, grande parte das mortes pela polícia se localiza em comunidades pobres [4] e contra pessoas negras [5], o que desencadeou protestos contra o racismo [veja aqui]. Durante a pandemia, no Rio de Janeiro (onde uma criança de 14 anos foi morta após operação policial [veja aqui]) houve aumento nos indíces de letalidade e interrupção de operações policiais em favelas [veja aqui]. Em São Paulo, também se verifica aumento da violência policial [veja aqui]. Vale lembrar que o fenômeno já se identifica desde antes da pandemia: outro levantamento feito pela imprensa aponta 58 episódios de violência ou tortura por policiais desde o início do ano, com pelo menos uma ocorrência em cada estado do país [6]. Em comparação com o ano passado, no primeiro semestre de 2019 verificou-se aumento de 42% da letalidade policial no Rio de Janeiro [veja aqui] e nove jovens morreram em operação policial em baile funk em São Paulo [veja aqui].

Leia análise sobre o aumento da violência policial durante a pandemia da covid-19.

28 jun 2020
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