Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro cometeu ao menos quatro atos contra recomendações médicas e sanitárias nos nove últimos dias de junho, em meio à pandemia

Tema(s)
Distanciamento social, Negacionismo
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Como na semana [veja aqui] e mês anteriores [veja aqui], o presidente descreditou recomendações médicas e sanitárias. Em 22/06, voltou a reivindicar a reabertura do comércio por prefeitos e governadores em entrevista ao recém-criado canal AgroMais; defendeu um argumento que vinha evocando no começo da pandemia [veja aqui], de que ‘não podemos (…) fazer com que o efeito colateral do tratamento da pandemia seja mais danoso que a própria pandemia’ [1] e disse que teria havido ‘exagero’ no enfrentamento da doença [2]. Em 24/06, Bolsonaro prestou homenagem a vítimas da covid-19 em videoconferência [3], mas também sugeriu ‘pavor’ desnecessário à crise e ‘excesso de preocupação’ [4]. Em 27/06, causou aglomeração ao visitar Minas Gerais e tirou a máscara para cumprimentar de longe apoiadores [5]. Em 30/06, em encontro com presidente de time de futebol e comitiva, o presidente e o chefe da Secom (Fabio Wajngarten) não usaram máscara, ao contrário das outras pessoas [6]. Em 22/06, o número de infectados pela covid-19 aumentou em mais de 24 mil casos em relação ao dia anterior [7], atingindo mais de 1,4 milhão de casos e mais de 59 mil mortes em 30/06 [8]. Em 23/06, a justiça federal determinou que o presidente deveria usar máscara em espaços públicos do Distrito Federal; apesar de essa ser a regra desde 30/04, o presidente vinha desrespeitando-a [9]. Essa decisão, no entanto, foi revertida em 30/06, sob alegação de que já havia ordem anterior de obrigatoriedade de uso de máscara [10].

Leia estudo indicando possível relação entre as falas do presidente e o aumento do número de mortes e veja vídeo de retrospectiva dos momentos marcantes da crise.

30 jun 2020
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