O presidente Jair Bolsonaro baixa decreto [1] que determina, pelo período de 120 dias, que as práticas rurais de queimadas controladas sejam permitidas somente com autorização do órgão ambiental estadual, com exceção da Amazônia Legal e do Pantanal, locais que permanecem proibidos [2]. Apesar de ter sido o próprio Presidente a assinar o decreto, ele critica a normativa em sua live semanal, alegando que poderá trazer resultados negativos para agricultores [3], além de culpar indígenas pelas queimadas e afirma que 90% dos incêndios ocorreram em áreas onde já estavam desmatadas [4]. Diz também haver diferença entre a média de focos de calor e de queimadas, e que no Brasil estão abaixo da média dos últimos anos [5]. Estudos feitos pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) demonstram equívocos nas falas do presidente ao que se refere ao índice de terras já desmatadas e à acusação aos indígenas [6]. Além do mais, de acordo com dados apresentados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), de janeiro de 2020 até 21/07/2020, os focos de queimadas no pantanal são 189% maiores se comparado ao ano passado: são 3.415 queimadas, o maior número desde 1998 [7], assim como na Amazônia, onde foi registrada alta de 28% nas queimadas no mês de julho [8]. O porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace alerta não ser suficiente o decreto, sem o aumento de fiscalização no campo [9]. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) corroboram a informação de que 90% do fogo ocorre em áreas já desmatadas, mas dados do Inpe e da NASA colocam em xeque essa versão [10].
Leia a análise sobre as queimadas na Amazônia.