A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) publica resultados do monitoramento de ataques do presidente Jair Bolsonaro à imprensa e ao jornalismo para o primeiro semestre de 2020, identificando 245 ocorrências [1]. Em 2019 a FENAJ já havia apontado 116 ataques do presidente contra jornalistas naquele ano [veja aqui]. Dentre as ocorrências registradas são indicados 211 casos de ‘descredibilização da imprensa’ [2], como por exemplo a atitude do presidente de se negar a falar com jornalistas [veja aqui], a defesa pelo boicote à mídia [veja aqui], e declarações chamando de ‘lixo’ a rede Globo [veja aqui] e a Folha de São Paulo [veja aqui]. Também são identificados 32 ‘ataques pessoais a jornalistas’, como nos casos que Bolsonaro manda repórteres calarem a boca [veja aqui] e quando menospreza a violência contra jornalistas no Palácio da Alvorada [veja aqui]; ainda são registradas duas afrontas direcionadas a própria FENAJ [3]. Em reação, a FENAJ e outras organizações ajuizam ação na justiça federal contra o governo por se omitir a promover medidas de proteção e segurança ao exercício profissional de jornalistas na cobertura presidencial [4]. Vale notar que em abril outro relatório indicou queda de posição do Brasil em ranking de liberdade de imprensa [veja aqui] e que, no âmbito internacional, Bolsonaro é denunciado no Conselho de Direitos Humanos da ONU por realizar 54 ataques contra mulheres jornalistas [veja aqui].
Leia análises sobre hostilidades sofridas por jornalistas e a relação de enfrentamento que o presidente estabelece com a imprensa.