Perante os maiores índices de devastação da floresta Amazônica dos últimos anos [1], o governo exonera a responsável pelos dois principais sistemas de monitoramento do desmatamento florestal [2]. A pesquisadora, Lubia Vinhas, coordenava os sistemas de monitoramento via satélite, Deter e Prodes, pertencentes ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) [3] e após demissão afirma que o Instituto não atua contra o governo, mas são transparentes em relação aos dados que apresentam [4]. No mesmo dia da demissão, o ministro da Economia, Paulo Guedes, alega que a Amazônia é maior que a Europa, sendo difícil monitorar todo o território e pede ajuda financeira de outros países para preservar a floresta [5]. Em nota, o Inpe justifica a exoneração da pesquisadora como reestruturação do órgão [6], afirmando que sua saída já estava prevista [7], que não teria conexão com o aumento dos índices de desmatamento [veja aqui] e anuncia novo monitoramento [8]. O Instituto passa por cortes de funcionários e de estruturas e mudanças na direção. A direção atualmente é comandada pelo oficial da Aeronáutica, Darcton Damião [9], desde a exoneração de Ricardo Galvão em junho de 2019 [10] [veja aqui]. Com receio das possíveis alterações, um grupo de pesquisadores do Inpe envia duas cartas ao comitê que escolhe a nova direção. Afirmam que a reestruturação ocorre devido a unificação do comando que segue moldes de estruturas militares, o que contraria as tendências científicas que demandam liberdade acadêmica e autonomia científica [11]. Devido o alto índice de desmatamento, surgem críticas ao Inpe, questionando a necessidade de outras soluções, que poderiam tirar o papel de protagonista do Instituto [12]. O Inpe cria um novo sistema de monitoramento, mais avançado, com o objetivo de dar suporte ao combate do desmatamento [13].
Leia análise sobre a reestruturação do Inpe.