Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro cometeu ao menos 06 atos contra recomendações médicas e sanitárias na segunda semana de agosto, em meio à pandemia

Tema(s)
Distanciamento social, Negacionismo
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Como na semana [veja aqui] e no mês anteriores [veja aqui], o presidente da República, Jair Bolsonaro, descreditou recomendações médicas e sanitárias. Em 08/07, dia em que o país atingiu a marca de 100 mil mortes pela doença, o presidente omitiu o fato, fez coro à Secretaria de Comunicação (Secom) [1] e deu prioridade aos ‘números que merecem ser divulgados’, em alusão ao número de pacientes recuperados da doença, como já havia feito anteriormente [veja aqui], em detrimento dos atingidos fatalmente por ela [2]. No dia seguinte, criticou as ações de isolamento no Twitter, defendeu a postura do governo federal na pandemia e disse que a imprensa comemorou a marca de 100 mil mortes [3]: ‘festejou como final da Copa’ [4] . No Facebook, disse lamentar todas as mortes [5] e voltou a criticar as medidas de isolamento social [6], dizendo também que não faltaram equipamentos e recursos no combate à crise [7]. Em 10/08, o palácio do Planalto distribuiu a partidos aliados no legislativo uma planilha da Secretaria de Governo que associa o número de casos da covid-19 e governadores e prefeitos – a maioria adversários políticos de Bolsonaro [8] [veja aqui]. Em 11/08, Bolsonaro compartilhou vídeo criticando a postura do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em prol do distanciamento social, e defendeu o uso de remédios sem eficácia comprovada para a covid-19 [9]. Em 13/08, fez visita a Belém, causando aglomeração, e disse que mortes por covid-19 seriam evitáveis pelo uso de cloroquina [10]. Mais tarde, em sua videoconferência semanal, recomendou a cloroquina e disse falsamente que a Anvisa facilitaria a aquisição do medicamento [veja aqui] [11]. Entre 08 e 14/08 o número de infectados pela covid-19 no país subiu de mais de 3 milhões [12] para quase de 3,3 milhões [13] e as mortes atingiram o patamar de quase 106,6 mil pessoas [14], segundo dados do consórcio de veículos da imprensa.

Leia as análises sobre declarações do presidente na pandemia, o desenlace das políticas do governo e sua tentativa de se eximir da responsabilidade.

14 ago 2020
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