Secretaria do Governo da Presidência da República produz ranking sobre quantidade de casos e mortes decorrentes do coronavírus e associa governadores da oposição, omitindo nome de aliado do governo federal [1]. O relatório apresenta um ‘top 5’ dos estados e municípios com a maior quantidade das populações infectadas e número de óbitos e menciona expressamente nomes de chefes do Executivo que representam oposição política a Bolsonaro, como os governadores João Doria (São Paulo) e Rui Costa (Bahia), e o prefeito Bruno Covas (São Paulo) [2]. O nome do prefeito de Brasília, Ibaneis Rocha, aliado ao governo e cujo município aparece em segundo no ranking, não é mencionado no relatório [3]. O documento é produzido logo após o Brasil registrar 100 mil mortes por covid-19 e é distribuído a parlamentares que compõe a base do governo no Congresso Nacional, sob justificativa de ‘monitorar a disseminação da Covid-19 nos entes federativos para auxiliar na articulação do governo federal’ [4]. O ranking não é bem recebido por parlamentares, tanto aliados como da oposição, que afirmam se tratar de ‘manobra’ do governo federal para retirar sua responsabilidade na crise sanitária e tentar ‘politizar’ a questão [5]. Ao atingir a marca de 100 mil mortos, o governo federal é criticado por desprezar a ciência e o presidente Bolsonaro segue cometendo atos contra as recomendações sanitárias de organizações internacionais [veja aqui]. Em outra oportunidade, a Secretaria de Comunicação do Governo (Secom) comemorou a quantidade de pacientes recuperados do vírus no mesmo dia em que o país se tornou o 3º maior no mundo em quantidade de casos registrados [veja aqui].
Leia análise sobre como a Secretaria de Comunicação da Presidência traçou estratégia para não afetar a imagem de Bolsonaro, após o Brasil atingir marca de 100 mil mortos pela covid-19.