Como na semana [veja aqui] e no mês anteriores [veja aqui], o presidente da República, Jair Bolsonaro, descreditou recomendações médicas e sanitárias. Em 08/09, voltou a repetir que ninguém será obrigado a tomar vacina em evento com médicos que defendem o uso de cloroquina, oportunidade em que não usou máscara [1]: ‘a gente não pode injetar qualquer coisa nas pessoas, muito menos obrigar’ [2] [veja aqui]. Em 10/09, em videoconferência semanal – em que também incentivou o trabalho infantil [veja aqui] – o presidente voltou a levantar essa pauta, colocando suspeitas em vacinas, que não teriam ‘comprovação científica’ [3]. Vale ressaltar, no entanto, que desde o começo da crise o presidente vem descreditando recomendações científicas sobre a pandemia, diminuindo a importância do número de mortes [veja aqui], a gravidade da doença [veja aqui] e pedindo o fim do isolamento social [veja aqui]. No dia seguinte, ele disse que o país estaria ‘praticamente’ vencendo a pandemia e que foi um dos menos afetados, ocasião em que também não utilizou máscara [4] [veja aqui]. Neste mesmo dia, foi realizado evento com os ministros Damares Alves (Mulher, Família e dos Direitos Humanos) e Eduardo Pazuello (Saúde) que virou alvo, em seguida, de investigação do Ministério Público por descumprimento de medidas sanitárias [5]. Entre 08 e 14/09, o número de infectados pela covid-19 no país subiu de mais de 4,1 milhões [6] para mais de 4,3 milhões [7] e as mortes atingiram o patamar de mais de 132 mil pessoas [8], segundo dados do consórcio de veículos da imprensa.