Em postagem nas redes sociais, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) diz que está ocorrendo uma ‘calamidade’ na Argentina e que o país está sendo ‘destruído por seu governo socialista em poucos meses’. Em resposta, o presidente argentino, Alberto Fernández, afirma que não sabe por que ‘a família Bolsonaro está tão preocupada’ com ele [1]. No ano anterior, o presidente Jair Bolsonaro já havia criticado a vitória da chapa de esquerda no país vizinho, quando disse que os eleitores daquele país ‘escolheram mal’ [2], e ameaçado isolar a Argentina no Mercosul [veja aqui]. Com a pandemia do coronavírus, os países se distanciaram ainda mais, com o governo argentino atuando de forma muito diferente do brasileiro – defendendo as diretrizes da OMS, como, por exemplo, o isolamento social. [3]. A tensão entre os países ocorre nos campos comercial e ideológico [4]. Nesta segunda esfera, o presidente Bolsonaro já criticou, na ONU, governos de esquerda [veja aqui] e disse que pessoas de esquerda não devem ser tratadas como ‘normais’ [veja aqui]. Mesmo diante desses desencontros, o embaixador da Argentina no Brasil, Daniel Osvaldo Scioli, declara que o presidente Fernández quer encontro com Bolsonaro até o fim do ano [5].
Leia análise sobre a tensão diplomática entre Brasil e Argentina.