A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) publica resultados do monitoramento de ataques do presidente Jair Bolsonaro à imprensa e ao jornalismo de janeiro a setembro de 2020, identificando 299 ocorrências [1]. No primeiro semestre de 2020, Bolsonaro fez 245 ataques à imprensa [veja aqui]. Em 2019, foram apontados 116 ataques [veja aqui]. O maior número de ocorrências refere-se a casos de ‘descredibilização da imprensa’, 259 ocorrências [2]. Dentre esses casos, destacam-se a atitude do presidente de se negar a falar com jornalistas [veja aqui], a defesa pelo boicote à mídia [veja aqui], e declarações chamando de ‘lixo’ a rede Globo [veja aqui] e a Folha de São Paulo [veja aqui]. Foram identificados, também, 38 casos de ‘ataque a jornalista’, como o caso em que Bolsonaro disse que tinha vontade de ‘encher de porrada’ a boca de um repórter [veja aqui]. O presidente, ao entrar em contato com o relatório da FENAJ, faz piada e compartilha em rede social ‘Ataque nº 300: Perderam a boquinha!’ [3]. O Brasil é destaque negativo no ‘Relatório Global de Expressão’, produzido por instituições especialistas em liberdade de expressão [4]. Atualmente o país ocupa a 94ª posição em ranking com 161 países – posição que, na América do Sul, só está acima da Venezuela [5]. Diante desse contexto, Bolsonaro já foi denunciado no Conselho de Direitos Humanos da ONU por realizar ataques contra mulheres jornalistas [veja aqui].
Leia análises sobre hostilidades sofridas por jornalistas, os novos impulsos de Bolsonaro em atacar a imprensa, e veja o ‘Relatório Global de Expressão’, em inglês.