Fundação Alexandre Gusmão (Funag), órgão de pesquisa e divulgação do Ministério das Relações Exteriores (MRE), publica vídeo [1] com informação falsa de que o uso de máscaras é inócuo ao combate do coronavírus e nocivo à saúde [2]. Em evento organizado pela Funag denominado ‘A conjuntura internacional no pós-coronavírus’, o palestrante Carlos Ferraz, membro Secretaria Nacional da Juventude do Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos (MMFDH), afirma que ‘a máscara não é só inócua no combate à pandemia, mas ela é também nociva, causa problemas de saúde’ [3]. Já o presidente da Fundação, Roberto Goidanich, também fez parte do evento e disse ser uma ‘falácia’ que a Organização Mundial da Saúde (OMS) seja a ‘dona da verdade’ e que tenha uma ‘opinião científica’ [4]. Nesse contexto, circula nas redes sociais que a OMS e outros países teriam desaconselhado o uso de máscaras [5], o que foi comprovado falso pela imprensa [6], já que autoridades sanitárias ao redor do mundo recomendam o uso de máscaras no combate à disseminação da doença [7]. Questionado pela imprensa sobre o papel que Ferraz desempenha no MMFDH e sobre a veracidade do vídeo postado, o MRE não apresentou respostas [8]. Em outras oportunidades, Bolsonaro realizou vetos em lei sobre obrigatoriedade do uso de máscaras [veja aqui], e a Funag promoveu conferências virtuais associando o comunismo ao coronavírus [veja aqui] e defendendo o antiaborto [veja aqui].
Leia análise sobre como a ciência demonstra a eficiência das máscaras no combate ao coronavírus.