Durante ‘live’ semanal do presidente Jair Bolsonaro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirma que a ‘perseguição aos pecuaristas’ no Mato Grosso tem relação com o aumento do fogo no Pantanal [1]. Bolsonaro endossa a fala do ministro e diz que a esquerda ‘se aproveita’ dos incêndios [2]. As queimadas que atingem o Pantanal são as piores desde 1998 [3]. Somente no Mato Grosso do Sul, as queimadas já destruíram área equivalente a sete vezes a cidade de São Paulo [4]. A fumaça produzida na destruição do bioma tem se deslocado para países vizinhos e se espalhado para o Sul e Sudeste do Brasil. Segundo laboratório da UFRJ, já são mais de 3 mil quilômetros de gases tóxicos e partículas lançadas na atmosfera [5]. Poucos dias antes, a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) divulgou informação falsa sobre os dados de queimadas [veja aqui]. E apenas após semanas de incêndios o governo federal reconheceu a situação de emergência no Mato Grosso do Sul [veja aqui]. Antes disso, o ministro do Meio Ambiente também disse que não haviam queimadas na Amazônia [veja aqui] e chegou a anunciar a suspensão de todas as operações de combate ao desmatamento ilegal e queimadas na Amazônia e Pantanal [veja aqui]. Em outras oportunidades, Bolsonaro acusou ONGs de promoverem incêndios na Amazônia [veja aqui]. Sob sua gestão, o Ibama gastou até julho apenas 19% de seus recursos para prevenção e controle de incêndios [6], o governo federal cortou 58% das verbas para contratação de brigadistas [veja aqui] e reduziu o orçamento destinado a órgãos de fiscalização e pesquisa ambiental, como o Ibama [veja aqui].
Leia a análise sobre as queimadas e ouça o podcast que retrata a pressão crescente sobre a política ambiental do governo Bolsonaro.