Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro cometeu ao menos 04 atos contra recomendações médicas e sanitárias na segunda semana de outubro, em meio à pandemia

Tema(s)
Distanciamento social, Negacionismo
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Como no mês anterior [veja aqui], o presidente da República, Jair Bolsonaro, descreditou recomendações médicas e sanitárias. Em 10/10, passeou de moto pela orla do Guarujá (litoral de São Paulo) sem máscara, cumprimentou apoiadores e não seguiu instruções de distanciamento social [1]. Na ocasião, afirmou que não mandou ‘ninguém ficar em casa’ e, posteriormente, publicou vídeo do passeio em redes sociais [2]. No mesmo dia, disse a uma apoiadora, em conversa transmitida nas redes sociais, que não se preocupasse caso se infectasse com a doença: ‘ Estou com 65 anos. Não senti nada. Nem uma gripezinha. Zero’ [3]. Igualmente, sugeriu, em tom jocoso que a apoiadora retirasse a máscara que portava [4]. Segundo ele, 30% das mortes poderia ter sido evitada com o uso da cloroquina, mas não apresentou qualquer dado para sustentar sua afirmação [5]. Em 11/10, voltou a causar aglomeração em praia no Guarujá e não usou máscara [6]. Em 14/10, disse que a pandemia foi ‘superdimensionada’ em evento no Rio de Janeiro e que alertou desde o começo para o problema da economia caso medidas mais severeas de isolamento social fossem aplicadas [7]. A declaração foi dada poucos dias após o país superar a marca de 150 mil mortes pela doença [8]. O presidente, que já contraiu o vírus [veja aqui], realizou passeios sem equipamento de proteção [veja aqui], e disse repetidas vezes que o combate ao vírus não poderia ser pior que ele próprio [veja aqui] e que a economia não poderia ser mantida operante com recomendações sanitárias em vigor [veja aqui]. Além disso, descreditou o vírus como uma ‘gripezinha’ [veja aqui] ou ‘chuva’ inofensiva [veja aqui]. Entre 08/10 e 14/10, o número de infectados pela covid-19 no país subiu de mais de 5 milhões [9] para mais de 5,1 milhões [10] e as mortes superaram a marca de 151 mil pessoas [11], segundo dados do consórcio de veículos da imprensa.

Leia estudo que compara a aprovação ao presidente e suas ideias à gravidade da situação territorial do coronavírus.

14 out 2020
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