Relatório produzido pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra aumento de 120,3% no número de armas de fogo ativas registradas na categoria ‘caçadores, atiradores e colecionadores’ entre 2019 e 2020 [1]. Esse registro é feito através do sistema de Gerenciamento Militar de Armas (SIGMA), um dos dois sistemas de registro de armas do país, este vinculado ao Exército. O sistema também registra as armas dos integrantes das Forças Armadas e de policiais milites [2]. Já o número de armas ativas registradas no sistema da Polícia Federal, o Sistema Nacional de Armas (SINARM), também cresce 65,6% de 2017 para 2019 [3]. Nele estão registradas as armas de policiais civis, guardas municipais, servidores públicos não militares, empresas privadas de segurança e pessoas físicas sem vinculação a qualquer dessas categorias que preencham os requisitos necessários [4]. Os dois sistemas contam com números bastante discrepantes sobre os registros: em 2019 o número de armas registradas no SIGMA era de cerca de 20% daquelas registradas no SINARM. O relatório aponta que todos os estados do Brasil apresentam aumento no número total de armas de fogo ativas registradas [5] e o Distrito Federal é o mais armado: lá, há uma arma para cada 11 pessoas [6]. Outro levantamento de junho deste ano já sinalizou o aumento de registro de armas [veja aqui]. Em abril de 2020, o Comando do Exército revogou portarias sobre rastreamento e identificação de armas; uma delas, inclsuive, criava um outro sistema para fiscalizar e rastrear os produtos Controlados pelo Exército (SisNaR) [veja aqui]; em seguida, o governo aumentou o limite de armas de fogo passíveis de aquisição por pessoa [veja aqui]. Até agosto desse ano já foram editadas 23 normas para ampliar acesso a armas e munições [veja aqui].
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