Governo Bolsonaro demora treze meses para nomear novo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) [1]. Após a exoneração do então diretor, Ricardo Galvão, em agosto de 2019 como resultado de desentendimentos entre Galvão e Bolsonaro sobre a confiabilidade dos dados produzidos pelo instituto , o Inpe permaneceu com um diretor interino, o militar Darcton Policarpo Damião, por todo esse período. Durante esses meses, o governo também exonerou a coordenadora que fiscalizava o desmatamento da Amazônia e reduziu a estrutura do Inpe [veja aqui]. Clezio Marcos De Nardin assume a direção do instituto, engenheiro eletricista [2]. Segundo Nardin, não há nenhuma orientação do governo para alterar ou esconder dados de desmatamento [3]. O cientista convidou o presidente Jair Bolsonaro para visitar o instituto para convencê-lo da qualidade das pesquisas produzidas no Inpe [4]. A reação da comunidade científica sobre a escolha de Nardin é positiva, mas admite-se que o novo diretor será ‘fortemente testado’ [5]. Os dados produzidos pelo Inpe sobre o desmatamento no Brasil são preocupantes, porém, o governo já os negou diversas vezes: quando afirmou que o desmatamento da Amazônia seria ‘zero’ [veja aqui], quando declarou que o desmatamento caiu [veja aqui] ou quando questionou os dados divulgados pelo instituto [veja aqui] [veja aqui]. Recentemente, o Ministério da Defesa anunciou compra de equipamento ignorando sistema de fiscalização existente e realizado pelo instituto [veja aqui]. Ressalte-se que a demora para nomear responsáveis para cargos estratégicos também pode ser observada no Ministério da Saúde [veja aqui], que durante a pandemia da covid-19 foi ocupado interinamente por quatro meses [veja aqui], e no Ministério da Educação [veja aqui] que dependia da nomeação oficial do ministro para garantir a realização da prova do Enem .