Servidor da ouvidoria do ministério da Economia (ME) utiliza termo xenófobo ‘vírus chinês’ para se referir ao coronavírus em resposta enviada por e-mail a cidadãos [1]. Nesta data, ele é notificado pelo ministério. De acordo com o ME ‘todos os servidores’ foram ‘orientados’ a retificar futuras respostas no atendimento online [2], e a fala não condiz com a posição nem ’da ouvidoria e nem do ministério’ [3]. A retórica discriminatória diante à pandemia do coronavírus e à China já se deu em outras oportunidades: o Itamaraty, através da Fundação Alexandre Gusmão (Funag), realizou conferências virtuais associando o comunismo ao coronavírus [veja aqui]; o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, publicou texto chamando o covid-19 de ‘comunavírus’ [veja aqui]; o deputado federal e filho do presidente, Eduardo Bolsonaro (PSL), após publicações xenofóbicas nas redes sociais, gerou crise diplomática com embaixador chinês no Brasil [veja aqui] e o Ministro da Educação insinuou benefício chinês com a pandemia em redes sociais – o que gerou inquérito contra ele por possível prática de racismo [veja aqui]. Em 2019, o Ministro das Relações Exteriores fez alerta para ‘ameaça comunista’, que tentaria ‘estrangular’ o Brasil [veja aqui].
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