Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro cometeu ao menos 04 atos contra recomendações médicas e sanitárias na terceira semana de novembro, em meio à pandemia

Tema(s)
Distanciamento social, Negacionismo
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Como na semana [veja aqui] e no mês anteriores [veja aqui], o presidente da República, Jair Bolsonaro, descreditou recomendações médicas e sanitárias. Em 17/11, Bolsonaro descreditou a condução da pandemia pela Organização Mundial da Saúde na cúpula dos BRICS [veja aqui] e sugeriu desconfiança em relação às vacinas em estudo, dizendo que o Brasil buscaria vacina própria [1]. No dia seguinte, insinuou que quem fez isolamento social seria ‘frouxo’ em evento com agricultores. Segundo ele, graças aos agricultores ‘a cidade’ continuou ‘sobrevivendo’ [2]. Em 19/11, o presidente fez publicação em rede social orientando pessoas a realizarem ‘tratamento precoce’ para a covid-19, exaltando o número de recuperados do país na pandemia e a recusa ao isolamento social por setores econômicos [3]. Tal publicação se dá logo após o Ministério da Saúde ter apagado publicação em rede social em favor do isolamento social [veja aqui] [4]. Em 21/11,em reunião na cúpula do G20, Bolsonaro voltou a defender a vacinação opcional e disse que estava correto no combate à pandemia ao supostamente equacionar problemas econômicos [veja aqui] [5]. O discurso presidencial que nega a gravidade da pandemia é frequente: o presidente já afirmou que ações em combate à pandemia não poderiam ser mais graves que a doença em si [veja aqui], defendeu diversas vezes o uso de medicamentos sem eficácia comprovada para tratamento da covid-19 [veja aqui] [veja aqui], sugeriu conspiração como origem da pandemia [veja aqui], comparou o vírus a uma ‘chuva’ [veja aqui] e ‘gripezinha [veja aqui] – e posteriormente negou ter adotado posturas do gênero [veja aqui]. Entre 15/11 e 21/11, o número de infectados pela covid-19 no país subiu de mais de 5,8 milhões [6] para mais de 6 milhões [7] e as mortes se ultrapassaram a marca de 169 mil pessoas [8], segundo dados do consórcio de veículos da imprensa.

Leia estudo sobre a persistência de fake news relacionadas a medicamentos para o tratamento de covid-19 no Brasil – em inglês

21 nov 2020
Mês Filtros