O presidente Jair Bolsonaro, em inauguração de usina elétrica no Paraná, ignora dados de desmatamento em seu governo [1], declara que planeja a ‘regularização fundiária do nosso país’, e afirma que as críticas à política ambiental brasileira são ‘completamente infundadas’ [2]. Ele repete que o Brasil ‘é o país que mais preserva o meio ambiente no mundo’ [3] [veja aqui], e afirma que as acusações feitas por países europeus são parte de ‘uma guerra comercial com todo o mundo’ [4]. A fala ocorre horas após a divulgação de dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que aponta aumento de 50% de desmatamento na Amazônia em 2020 em comparação com o mesmo período do ano passado [5]. Sobre a regularização fundiária, a proposta é conhecida como ‘PL da Grilagem’ e não é vista com bons olhos pela comunidade internacional . Vale lembrar que não é a primeira vez que o governo desconsidera dados do Inpe: o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, já afirmou que o desmatamento na Amazônia era zero [veja aqui]; o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, declarou que o desmatamento tinha caído para percentuais mínimos [veja aqui]; e o presidente Bolsonaro disse que não existem incêndios na Amazônia [veja aqui] – no mês de outubro de 2020, a Amazônia e o Pantanal registraram recordes de queimadas [6]. Em outras oportunidades, Bolsonaro já assegurou que a política ambiental estava correta [veja aqui], e celebrou a preservação do meio ambiente [veja aqui].
Veja série de análises, reportagens e gráficos sobre o desmatamento na Amazônia.