Como na semana [veja aqui] e mês anteriores [veja aqui], o presidente da República, Jair Bolsonaro, descreditou recomendações médicas e sanitárias. Em 23/12, em encontro com apoiadores em Santa Catarina, disse que já estaria imunizado por ter contraído o vírus e voltou a sugerir que não irá se vacinar, contrariando as evidências sobre casos de reinfecção pelo vírus [veja aqui]. No dia seguinte, criticou a CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan, e descreditou sua eficácia [veja aqui], apesar de ainda não terem sido divulgados dados oficiais a respeito – o que só é feito no ano seguinte [veja aqui]. Em 26/12, disse que não haveria pressa para começar a vacinação no país, em passeio sem máscara por Brasília [veja aqui]. Em 27/12, criticou o ‘pavor’ em relação ao vírus e disse que apenas minoria dos infectados teria menos de 40 anos e, neste caso, seria assintomática – o que vai contra dados científicos já consolidados desde o começo do ano [1] [2] [veja aqui]. No último dia do ano, Bolsonaro voltou a afirmar que não tomará a vacina por já ter contraído o vírus [veja aqui]. Em junho, o presidente já havia afirmado falsamente que 90% dos infectados por covid-19 não teriam sintomas [veja aqui] e criticou suposto ‘pavor desnecessário’ a respeito do vírus [veja aqui]. Entre 22/12 e 31/12, o número de infectados pela covid-19 no país subiu de mais de 7,3 milhões [3] para mais de 7,6 milhões [4] e as mortes ultrapassaram a marca de 194 mil pessoas [5], segundo dados do consórcio de veículos da imprensa.
Leia reportagem sobre pesquisa que aponta suposta estratégia do governo federal de disseminar o vírus.