O presidente Jair Bolsonaro diz que não poderá ser responsabilizado se ocorrerem efeitos colaterais ou algum problema quanto à vacinação contra a covid-19 [1]. A declaração ocorre em conversa do presidente com seus apoiadores, na qual ele reforça suas críticas a medidas de isolamento social em tom que desacredita a eficácia e segurança das vacinas [2]. Bolsonaro já afirmou que não irá tomar nenhuma vacina, pois, por ter contraído o vírus, já estaria ‘vacinado’, e mantém o discurso de não obrigatoriedade da vacina [3]. As declarações ocorrem poucos dias antes do início da vacinação em outros países, como Reino Unido [4] e Rússia [5]. As posições de Bolsonaro quanto à vacinação têm sido marcadas por contrariedades à ciência e conflitos: o presidente já comemorou em suas redes a interrupção de estudos clínicos da vacina Coronavac [veja aqui]; já disse, mais de uma vez, contrariando a lei da quarentena, que ninguém será obrigado à vacinação [veja aqui] [veja aqui] e desautorizou a aquisição de vacinas pelo Ministério da Saúde [veja aqui]. Repetidas vezes também descumpriu recomendações médicas e sanitárias [veja aqui].
Leia análises sobre a atuação de Bolsonaro durante a crise das vacinas e de como os ataques à Coronavac alimentam o discurso do movimento antivacinação.