Gilson Machado, novo ministro do Turismo, recusa novos lockdowns no país em nota sobre sua nomeação ao cargo [1] – medidas de restrição à circulação de cidadãos em vias públicas impostas pelos governos com o objetivo de evitar a contaminação pelo coronavírus [2]. Ele assume a pasta após a demissão de Marcelo Álvaro Antonio, que criticou o ministro chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e também o modelo de articulação política presidencial [veja aqui]. Em sua fala, Machado faz ‘um apelo às autoridades municipais e estaduais para que não decidam voltar a fechar as atividades ligadas ao turismo em especial no período de natal’ [3], pois segundo o atual ministro o setor ‘não aguenta’ [4]. Segundo ele, o Ministério do Turismo seria referência ao informar boas práticas sanitárias durante a pandemia e o governo federal teria aprovado medidas importantes para proteger o emprego dos brasileiros. Essa não é a primeira vez que uma autoridade do governo federal defende a prevalência de medidas que priorizem atividades econômicas na pandemia, o próprio governo já utilizou o slogan ‘o Brasil não pode parar’ [veja aqui] no início da crise sanitária e o presidente Bolsonaro já se declarou contrário ao isolamento social sob a justificativa de preservação de empregos [veja aqui] e em clara postura de minimização da doença [veja aqui] [veja aqui]. A declaração de Machado ocorre em um momento de aumento de mortes por covid-19 no país, tendo sido registradas no dia anterior 643 mortes pelo vírus, a maior média móvel desde outubro [5].
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