Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Presidente declara que não tem pressa para iniciar a vacinação no país; em seguida, volta atrás

Tema(s)
Ciência, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O presidente Jair Bolsonaro, durante um passeio em Brasília, afirma que não se sente pressionado a vacinar seus cidadãos mesmo após a vacinação já ter se iniciado em outros países: ‘Ninguém me pressiona para nada, eu não dou bola pra isso. É razão, razoabilidade, é responsabilidade com o povo’[1]. Na ocasião, Bolsonaro visita estabelecimentos comerciais sem máscara e fala com o público, ato repetido em outras ocasiões durante a pandemia [veja aqui] e [veja aqui]. Um dia depois das declarações, Bolsonaro muda seu tom em relação a vacinação e posta em suas redes sociais: ‘Temos pressa em obter uma vacina, segura, eficaz e com qualidade, fabricada por laboratórios devidamente certificados. Mas a questão da responsabilidade por reações adversas de suas vacinas é um tema de grande impacto, e que precisa ser muito bem esclarecido’ [2]. Em outro trecho da publicação, Bolsonaro afirma não ter exercido pressão pela vacina, pois poderia ser acusado de interferência e irresponsabilidade. Enquanto o presidente se contradiz, tendo também em outras oportunidades se posicionado contra o financiamento [veja aqui] e [veja aqui] e o uso de imunizantes [veja aqui], o Brasil ainda não tem data definida para o início da vacinação. Mais de 40 países já estão vacinando seus cidadãos [3], inclusive na América Latina onde Chile, México e Costa Rica também iniciaram a imunização [4].

Leia a análise sobre a postura de Bolsonaro em relação a vacina

26 dez 2020
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