O presidente Jair Bolsonaro faz em suas redes sociais a defesa de tratamento com hidroxicloroquina e cloroquina contra a covid-19, que não têm comprovação científica [1]. A postagem é marcada pelo Twitter como ‘publicação de informações enganosas’, porém é mantida no ar [2]. O mesmo ocorre com a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) que, no dia seguinte, compartilha vídeo defendendo o chamado ‘tratamento precoce’, e tem sua publicação marcada como violação das regras da rede social [3]. Especialistas afirmam que os medicamentos defendidos por Bolsonaro e Zambelli não tem eficácia no combate ao coronavírus [4]. Ainda em julho de 2020, a Organização Mundial de Saúde interrompeu testes com hidroxicloroquina, por atestar sua ineficácia [veja aqui] [5]. Diversos estudos brasileiros também apontam neste sentido, inclusive chamando atenção para efeitos colaterais e tóxicos de uso dos medicamentos [6] [7]. Na mesma semana, a rede social alerta sobre postagem enganosa compartilhada pelo Ministério da Saúde (MS), com a mesma temática; o texto recomendava o imediato uso de ‘tratamento precoce’ em caso de sintomas de covid-19 [8]. Em nota, o MS critica a plataforma e afirma que sua publicação não viola as regras do site [9]. O presidente já associou o colapso do sistema de saúde em Manaus à falta de ‘tratamento precoce’ [veja aqui] [veja aqui]. Já o MS pressionou a Prefeitura de Manaus a implementar o uso desses medicamentos sem eficácia como forma de tratamento e orientou a procura precoce de médicos, contrariando recomendações de isolamento social [veja aqui]. Dias depois, o ministério da Saúde volta a fazer publicação anticientífica [veja aqui] e a imprensa apura que, segundo plataforma digital feita pela pasta (‘TratCov’), o ‘tratamento precoce’ deveria ser usado por todos – inclusive bebês -, independentemente das características da infecção [veja aqui].
Leia análises sobre com o discurso da defesa do ‘tratamento precoce’ tem sido contestado efetivamente e sobre os efeitos colaterais desse ‘tratamento’