Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro culpa governo do Amazonas e prefeitura de Manaus pelo aumento de casos; ‘tratamento precoce’ deveria ser utilizado, afirma

Tema(s)
Administração, Saúde
Medidas de emergência
Construção de inimigos
Estado
Amazonas

O presidente Jair Bolsonaro responsabiliza o governo estadual do Amazonas e a prefeitura de Manaus pela falta de oxigênio para tratar pacientes com covid-19 em conversa com apoiadores no Palácio do Alvorada [1]. Bolsonaro atribui a ambos a falta de oxigênio nos hospitais da região e ainda diz que o aumento dos óbitos em decorrência do coronavírus se deve à não aplicação do que o governo federal tem chamado de ‘tratamento precoce’ [veja aqui], se referindo a um coquetel de medicamentos sem eficácia científica comprovada. Na semana anterior, o presidente enviou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, à cidade de Manaus para interferir na situação de crise sanitária e o ele também defendeu o uso do suposto ‘tratamento precoce’ [veja aqui]. Em resposta às críticas, o governo do estado Amazonas alega que a demanda por oxigênio cresceu mais de 380%, e que uma força tarefa foi montada para aumentar a distribuição de oxigênio na rede estadual de saúde [2]. A prefeitura de Manaus afirma que o prefeito, David Almeida, assumiu o cargo há apenas 12 dias e que vem trabalhando para desafogar o sistema de saúde ‘a partir do diagnóstico e do tratamento precoce’ [3]. Tanto o governo do Amazonas, quanto a prefeitura de Manaus pedem a colaboração entre os três níveis do poder Executivo (municipal, estadual e federal) para combater a covid-19 [4]. Em 18/01, a Advocacia-Geral da União informa via ofício ao Supremo Tribunal Federal que o governo federal detinha informações sobre os riscos de um ‘eminente colapso no sistema de saúde de Manaus’ há pelo menos 10 dias antes de faltar oxigênio, porém o governo só tomou as primeiras medidas após a falta de oxigênio se agravar e atingir diretamente os pacientes nas Unidades de Terapia Intensiva [5]. Pazuello admite que o governo foi informado sobre a falta de oxigênio antes da crise acontecer [veja aqui]. E documentos obtidos pelo Ministério Público de Contas indicam que mais de 30 pessoas morreram por falta de oxigênio em Manaus nos dias 14 e 15 de janeiro [6].

Leia análise sobre a crise no sistema de saúde em Manaus durante a pandemia de covid-19

12 jan 2021
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