Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, responsabiliza governadores por atrasos na entrega das vacinas de combate ao coronavírus [1]. De acordo com a pasta, a responsabilidade para contemplar as necessidades da população com o número necessário de vacinas deveria ser tomada pelos governadores de cada estado, a partir de acordo comum com o Ministério da Saúde (MS) [2]. Pazuello afirma que a pressão dos governadores para a liberação dos lotes que chegariam ao Brasil acelerou o processo e interferiu na logística do governo federal, criticada por líderes municipais [3]. Entre os estados afetados com a falha de comunicação e logística estão Amazonas, Maranhão, Rio Grande do Sul e Bahia [4]. Segundo o MS, a logística para distribuição da vacina no Brasil é composta por aviões e caminhões com áreas refrigeradas para a conservação da medicação e acontece em uma parceria estabelecida entre a pasta, as companhias aéreas Azul, Gol, Latam e Voepass [5]. Vale notar que na semana anterior, Pazuello cancelou reunião sobre vacinação com governadores [veja aqui] e omitiu informações importantes sobre a data de início do plano nacional de imunização [veja aqui]. Disputas políticas marcam a vacinação contra covid-19 no Brasil, desde o processo de decisão de compra, impasse que teve como protagonistas o presidente Jair Bolsonaro e o governado de São Paulo, João Dória [veja aqui]. Ressalte-se que Bolsonaro sempre se mostrou crítico à atuação de governadores na pandemia [veja aqui], responsabilizando-os pela paralisação das atividades econômicas [veja aqui] e incentivando embates entre os chefes do Executivo estadual e o empresariado [veja aqui].
Leia análise sobre a politização em torno da vacina, entenda os desafios que envolvem a logística de distribuição e conheça possíveis empecilhos à vacinação em massa.