Após três anos na Marinha, o rapper Patriick RL foi expulso de seu posto como soldado [1]. Patriick afirma que comentaram com comandante sobre seu envolvimento com o rap e com as manifestações antirracista de junho de 2020, dos quais participou sem estar fardado [2]. Ao tentar manter seu posto através de um pedido de retratação, teve seu pedido rejeitado e foi informado de que o comandante não precisa de um motivo para recusar a readmissão [3]. O cantor, que integra o coletivo Facção Poética, afirmou que nunca foi alertado sobre suas condutas, mas que um colega o avisou de que deveria ter mais cuidado ao postar suas letras críticas nas redes sociais [4]. Em razão da regra de que são proibidas manifestações políticas pela categoria, Patriick questiona se os militares não têm liberdade de expressão e afirma que não faz sentido alguém ser advertido por protestar por ‘matarem pessoas da sua raça’ [5]. Entre os soldados circula a informação de que o setor de inteligência das Forças Armadas realiza uma vigilância online dos militares de baixa patente [6]. A Marinha não comenta sobre a existência desse setor e afirma que ‘não compactua com ou pratica qualquer tipo de discriminação, mantendo sólido compromisso com preceitos legais e constitucionais’ e que as promoções dos militares e servidores civis são baseadas ‘na meritocracia, em conformidade com os requisitos previstos no Estatuto dos Militares’ [7]. Meses depois, o rapper Big Bllakk é expulso das Forças Armadas [veja aqui]. Em 2020, órgãos do governo federal [veja aqui] e a Controladoria-Geral da União [veja aqui] alertaram sobre a possibilidade de punir funcionários que se manifestassem em redes sociais e o Ministério da Justiça realizou dossiê sobre o posicionamento político de 579 servidores [veja aqui].
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