Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Presidente da República e Ministro da Saúde associam colapso em Manaus ao clima e à falta de tratamento precoce

Tema(s)
Ciência, Negacionismo, Saúde
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos
Estado
Amazonas

O presidente Jair Bolsonaro e o Ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, atribuem ao clima e à falta de ‘tratamento precoce’ o colapso no sistema de saúde em Manaus [1]. Pazuello afirma que ‘no período chuvoso, a umidade fica muito alta e você começa a ter complicações respiratórias’ e que Manaus não teve uma ação efetiva no ‘tratamento precoce’ [2]. Bolsonaro diz que foi preciso ‘intervir’ na cidade porque não foi realizado o ‘tratamento precoce’ [3]. Em relação ao clima, médicos afirmam o oposto do Ministro: o tempo mais seco agrava os problemas respiratórios, não a umidade [4]. No que se refere ao suposto ‘tratamento precoce’, estudos apontam falta de eficácia e riscos de reações adversas com o uso desses medicamentos [5]. A capital do estado do Amazonas sofre com o desabastecimento de oxigênio e vive recorde de mortes por covid-19 [veja aqui]. Segundo cientistas, o colapso seria evitável se medidas de restrição à circulação de pessoas fossem tomadas com antecedência [6] – o que foi combatido por apoiadores de Bolsonaro [veja aqui]. A defesa de medicamentos sem eficácia por parte do governo Bolsonaro é constante desde o início da pandemia: o presidente minimizou o perigo da segunda onda de covid-19 [veja aqui], fez várias declarações em defesa da cloroquina [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui] e de vermífugo como efetivos para combater a covid-19 [veja aqui], enquanto Pazuello aprovou protocolo para uso da cloroquina [veja aqui] [veja aqui].

Leia análises sobre o ‘tratamento precoce’ estimulado pelo governo Bolsonaro e os possíveis efeitos colaterais da terapia sem comprovação científica.

14 jan 2021
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