Como na semana [veja aqui] e no mês [veja aqui] anteriores, o presidente da República, Jair Bolsonaro, descreditou recomendações médicas e sanitárias. Em 11/02, defendeu em videoconferência semanal o uso de tratamento experimental contra a covid-19, desenvolvido em Israel; a droga é usada por meio de spray nasal e não apresenta amparo científico [1]. Na mesma ocasião, criticou o que chamou de ‘pilha da vacina’: ‘O cara que entra na pilha da vacina, só a vacina, é um idiota útil. Nós devemos ter várias opções’ [2]. Também disse que ’não adianta ficar em casa chorando’, em incentivo à volta ao trabalho presencial e rompimento do distanciamento social, em suposto benefício à economia [3]. E, mais uma vez, voltou a recomendar o uso de cloroquina para o combate à pandemia [4]. Em 13/02, participou de aglomeração sem máscara em São Francisco do Sul (SC) [5]. O presidente já criticou em diversas ocasiões as medidas de distanciamento social – em suposta defesa da volta da economia [veja aqui] -, a aplicação de vacinas [veja aqui] e defendeu o uso de tratamento medicamentoso sem eficácia comprovada [veja aqui]. Entre 14/02 e 21/02, o número de infectados pela covid-19 no país subiu de mais de 9,5 milhões [6] para mais de 9,8 milhões [7] e as mortes atingiram o patamar de mais de 239 mil pessoas [8], segundo dados do consórcio de veículos da imprensa.