O novo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em seu primeiro ato no posto, anula ato de seu antecessor e exclui adversários do comando da Casa [1]. A retirada de seus opositores se dá pelo indeferimento do registro do bloco de partidos composto pelos apoiadores da candidatura de Baleia Rossi (MDB-SP) à presidência da Câmara, sob a alegação da perda de prazo, que ocorreu por falhas do sistema operacional [2]. Partidos contrários à Lira criticam a medida: a presidenta do PT, Gleisi Hoffman (PT-PR), afirma que o ato foi uma violência contra à democracia [3]; o líder do PSB na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), afirma que o ato foi ‘autoritário, antirregimental e ilegal’ [4]; já o líder do MDB, Isnaldo Bulhões (MDB-AL), chama a decisão de inadmissível [5]. Diante da medida, os partidos que apoiaram a candidatura de Baleia ingressam com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) [6] e publicam nota de repúdio [7]. Um dia depois, Lira entra em acordo com os partidos e estabelece nova divisão de cargos na cúpula da Câmara [8]. Lira foi eleito com o apoio de Bolsonaro [9], que se aliou ao líder do ‘centrão’ após críticas ao ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) [veja aqui]. Maia já foi acusado pelo presidente de conspiração contra o governo federal [veja aqui]; em maio de 2020, Bolsonaro levantou a hipótese de que Maia tentaria afundar a economia para ‘ferrar o governo’ [veja aqui], e em junho de 2020, o presidente disse que estava convencido de que o presidente da Câmara queria ‘derrubá-lo’ [veja aqui].
Leia análise sobre o perfil de Arthur Lira, o novo presidente da Câmara