Levantamento desta data revela que nos últimos dois anos foram contabilizados 684 denúncias de ‘assedio institucional’ a servidores públicos. Os casos envolvem censura, processos administrativos, trocas de funções e demissões de opositores ao governo [1]. A contagem é feita pela Articulação Nacional das Carreiras Públicas para o Desenvolvimento Sustentável (Arca) por meio da ferramenta ‘Assediômetro’, que expõe não só quais os órgãos mais afetados pela censura como também revela que a maioria dos casos ocorreram em 2020, em média mais de uma denúncia por dia [2]. O presidente da Associação dos Servidores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Afipea), afirma que as tentativas de restringir a livre manifestação de pensamento dos servidores públicos, são táticas comuns e não mais fatos isolados [3]. Vale lembrar que em 03/03/2021, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) editou ofício estipulando, que a divulgação de pesquisas por órgãos públicos antes da ‘conclusão e aprovação definitiva’ seria uma infração disciplinar [veja aqui]. Em 12/03/2021, o Instituto Chico Mendes de Conservação do Meio Ambiente (ICMBio) publicou portaria instituindo a necessidade de revisão e autorização de publicações científicas pela diretoria [veja aqui]. Outras medidas do governo já foram tomadas contra funcionários públicos, como a nota técnica emitida pelo Ibama para coibir condutas críticas ao governo [veja aqui], a investigação sigilosa do Ministério da Justiça contra servidores identificados como antifascistas [veja aqui] e a realocação de um repórter pela Empresa Brasil de Comunicações (EBC), após ele fazer uma pergunta crítica ao ministro da Saúde [veja aqui].
Leia o levantamento detalhado das denúncias de assédio institucional que ocorreram durante o governo atual