Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello se reúne com empresários para negociar compra de vacina Coronavac pelo triplo do preço vendido pelo Instituto Butantan

Tema(s)
Administração, Saúde, Transparência
Medidas de emergência
Flexibilização de controle

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, negocia a compra de 30 milhões de doses da vacina Coronavac com empresários [1]. Apuração da imprensa, divulgada em 17/07, teve acesso ao vídeo da reunião [2], na qual são ofertadas vacinas por quase o triplo do valor negociado pelo Instituto Butantan [3], que já havia garantido o fornecimento de até 100 milhões de doses [4]. A empresa que fez a oferta nunca trabalhou com vacinas [5] e seu sócio foi condenado por fraude em importação [6]. Se o contrato fosse confirmado, seria a compra mais cara de vacinas pelo ministério [7], superior ao da Covaxin [8], no qual há suspeitas de prevaricação por Bolsonaro [veja aqui]. Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan, afirma que alertou, diversas vezes, [9] Pazuello e o MS de que o Butantan tem exclusividade nas negociações da Coronavac [10] desde 2020 [11]. Em nota [12], Sinovac, a farmacêutica responsável pela vacina, confirma a exclusividade [13]. Quatro dias depois da reunião, Pazuello é exonerado do cargo [14] e o Brasil troca de ministro da Saúde pela quarta vez durante a pandemia [veja aqui]. Em depoimento à CPI da covid-19, em 19/05, antes da divulgação do vídeo, Pazuello afirma que um ministro não deve receber ou negociar com uma empresa [15], no mesmo sentido, nega que tenha negociado aquisição de Coronavac com empresários [16]. Bolsonaro o defende e afirma que propina não é negociada em vídeo [17]. No dia 22/07, Bolsonaro pede à CGU (Controladoria Geral da União) que investigue o oferecimento de Coronavac pelo Instituto Butantan [18], acusando o instituto de oferecer as doses no dobro do valor ofertado pela Sinovac [19] e volta a criticar a eficácia da vacina [20]. O instituto informa que o valor final inclui custos de importação, produção e armazenagem [21] e o governo de São Paulo afirma que ‘presidente delira sobre preço da Coronavac e quer desviar foco de denúncias contra seu governo’ [22]. Bolsonaro travou diversos embates com o Governador de São Paulo, João Dória (PSDB-SP), acerca da Coronavac [veja aqui] [veja aqui], suspendeu testes e comemorou a “vitória” [veja aqui] [veja aqui]. Além de ter desacreditado [veja aqui] [veja aqui] e desautorizado a compra de vacinas [veja aqui], e dito não se responsabilizaria se pessoas virassem “jacarés”, se referindo aos efeitos colaterais [veja aqui].

Leia mais sobre as suspeitas de corrupção na compra de vacinas e como pode prejudicar Bolsonaro.

11 mar 2021
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