Polícia Federal (PF) aponta falta de iniciativa da Procuradoria Geral da República (PGR) em investigar inquérito sobre atos antidemocráticos [veja aqui] [veja aqui] cometidos por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro [1]. As alegações da PF ocorrem em razão da PGR ter se manifestado contra o pedido feito pela PF para realização de busca e apreensão na casa do então secretário de Comunicação do governo federal, Fabio Wajngarten [2]. A PF sugere que a procuradoria não foi coerente ao negar o pedido e que existe ‘ausência do ímpeto’ que foi visto no início das investigações [3]. Os argumentos da PF se baseiam no fato da PGR já ter solicitado procedimentos de busca e apreensão na casa de jornalistas, deputados e demais apoiadores do governo, de modo que a negativa de realizar o mesmo tipo de medida em relação à Wajngarten também afirma que as ações policiais se aproximam de pessoas próximas da presidência da república [4]. Outro argumento apontado como indicativo de mudança do comportamento da PGR é o de que no início da apuração das denúncias a PGR chegou a pedir a realização de quebras de sigilo fiscal e bancário de deputados e de integrantes dos canais que supostamente disseminaram conteúdo antidemocrático para obter lucro, solicitando também relatórios de monetização- arrecadação financeira com base na audiência de vídeos- de contas no YouTube [5] [veja aqui]. Contudo, nos últimos meses das investigações, a PF aponta que a PGR tem assistido passivamente o trabalho policial e que e desde do ano passado não solicita novas providências nas investigações [6]. Especialistas que acompanham o caso reiteram as alegações da PF e dizem que a PGR abandonou o inquérito dos atos antidemocráticos, não participando de nenhum dos mais de 30 depoimentos ocorridos incluindo aqueles prestados pelos filhos e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro [7]. Vale notar que o atual PGR, Augusto Aras, sofre críticas desde 2019 por apresentar posicionamentos alinhados ao presidente [veja aqui], que levantamento de 2020 apontou ao menos 30 manifestações de Aras que estavam em conformidade com interesses pessoais de Bolsonaro [veja aqui], e que o presidente já cogitou indicar o procurador geral a uma vaga para o Supremo Tribunal Federal [veja aqui].
Entenda os últimos andamentos do inquérito dos atos anti-democráticos