Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro cometeu ao menos 07 atos contra recomendações médicas e sanitárias nos nove últimos dias de abril, em meio à pandemia

Tema(s)
Distanciamento social, Negacionismo
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Como nas semanas [veja aqui] e mês anteriores [veja aqui], o presidente da República, Jair Bolsonaro, desacreditou recomendações médicas e sanitárias. No dia 23/04, em Manaus, Bolsonaro recebe o título de cidadão amazonense, participa de encontro com líderes evangélicos e inaugura um pavilhão no Centro de Convenções do Amazonas [1]; na ocasião, o presidente ainda posou para fotos, cumprimentou apoiadores e fez elogios ao ex-ministro da saúde, Eduardo Pazuello; a cidade é a que mais sofreu com a pandemia [2] e, um dia antes, o governador do Estado (Amazonas) havia alertado para os riscos de uma terceira onda [3]. No mesmo dia, o presidente participa de cerimônia simbólicas de entrega de cestas de alimentos do programa Brasil Fraterno, e centenas de pessoas se reúnem próximas ao local da cerimônia, no Pará [4]. No dia seguinte, Bolsonaro visita Sol Nascente e a feira Central de Ceilândia sem máscara e causa aglomerações [5]. No dia 26/04, ao inaugurar a duplicação de um trecho da BR-101 em Feira de Santana, na Bahia, critica governadores que impõe medidas de distanciamento social [6] e cumprimenta apoiadores sem máscara [7]. Além disso, segundo apuração da imprensa dessa data, Bolsonaro entrega ao Congresso plano orçamentário do próximo ano sem menção à covid-19 ou aos impactos da pandemia [8]. No dia 27/04, o ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos, afirma que tomou ‘escondido’ a vacina contra covid-19 e que tenta convencer o presidente a se vacinar [9]; na mesma ocasião, Paulo Guedes declara que a China ‘inventou’ o vírus [10]. No dia 28/04, Jair Bolsonaro critica a CPI da Covid – instalada pelo Senado Federal [11] [veja aqui] – e afirma que irá se vacinar por último [12]. No dia 30, o país completou 100 dias na segunda onda de mortes da pandemia (com mais de mil mortes por dia no mês) [13]. Entre 22/04 e 30/04, o número de infectados pela covid-19 no país subiu de 14.172.139 [14] para 14.665.962 [15] e as mortes atingiram o patamar de mais de 404 mil [16], segundo dados do consórcio de veículos da imprensa. Abril foi o mês mais letal da pandemia, com 82.401 mortes e com média móvel acima da marca de 2,5 mil [17]. Além disso, hospitais estão colapsando, com falta de vagas, de remédio do kit intubação [veja aqui] e irregularidades no abastecimento de oxigênio [18].

Leia análises sobre como o negacionismo mata, como a CPI da covid-19 levantou ao menos 200 falas negacionistas do presidente, como abril atingiu a marca de 400 mil mortes e as chances de novas ondas de contágio.

30 abr 2021
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