Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro substitui comandante da Secom por conta de discordâncias com ala do governo e seu filho Carlos

Tema(s)
Informação, Publicidade e propaganda
Medidas de estoque autoritário
Redução de controle e/ou centralização

O presidente Jair Bolsonaro substitui o comandante da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), Flávio Rocha, que ficou apenas um mês no cargo, por influência de ala do governo e de seu filho, Carlos Bolsonaro, descontentes com o trabalho de Rocha, segundo apuração da imprensa [1]. Membros do governo não estariam satisfeitos por Rocha estar simultaneamente no comando de duas áreas estratégicas do governo, a Secom e a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) [2]; por sua vez, Carlos Bolsonaro não concordaria com a estratégia de comunicação utilizada por Rocha não sendo ‘tolerável’ a divulgação de notícias negativas pela mídia durante a crise da covid-19 [3]. Rocha assumiu o comando da Secom devido a exoneração de Fábio Wajngarten, cuja imagem estava desgastada por causa do uso político da Secom, investigado por receber dinheiro das empresas contratadas pelo órgão [veja aqui], críticas a ineficiência da comunicação no combate a pandemia e divergências ideológicas com o novo ministro da Comunicação, Fábio Faria [4]. Rocha é substituído na Secom pelo Coronel André Costa, mas continuará no comando da SAE, deixando assim de acumular duas funções [5]. De acordo com a imprensa, Carlos Bolsonaro e Wajngarten -apesar de ter sido afastado- exercem grande influência na Secom, por possuírem conexão com pessoas em cargos importantes dentro do Ministério da Comunicação [6]. Em 06/05, membros da Secom afirmam que não estão conseguindo trabalhar corretamente porque Carlos assumiu a comunicação do governo e não está repassando informações importantes do presidente, como a sua agenda, para a secretária [7]. Problemas na transparência da comunicação têm marcado o governo Bolsonaro, e a frase ‘o Planalto não vai responder’ virou resposta padrão para as perguntas dos jornalistas [veja aqui]. Em 21/05/2020, quando o país alcançou o 3º lugar em número de infectados pela covid-19 no mundo, a Secom apenas comemorou número de pessoas recuperadas da doença, omitindo o número de mortos [veja aqui]. A secretaria também se recusou a divulgar o valor dos gastos com publicidade contrariando a decisão da Controladoria Geral da União (CGU) [veja aqui].

Leia sobre a troca de cargos na Secretaria Especial de Comunicação Social.

16 abr 2021
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