O ministro da Economia, Paulo Guedes, critica ‘concessão de bolsas’ no ensino superior a classes mais baixas da população e afirma que governo federal contemplou com bolsas até pessoas que não sabem ler e escrever [1]. As declarações dizem respeito ao Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) – programa de financiamento para estudantes de baixa renda em universidades privadas brasileiras – e são feitas durante a reunião do Conselho de Saúde Complementar – e Guedes também diz que ‘até o filho do porteiro que tirou zero no vestibular conseguiu o financiamento’ [2]. O Fies, diferentemente do Programa Universidade para Todos (Prouni), não concede bolsas aos estudantes, mas financiamento para arcar com os estudos em universidades privadas [3]. Para serem contemplados com o financiamento, os estudantes precisam ter feito o Enem, obtido média aritmética igual ou superior a 450 pontos nas provas e não ter zerado a redação, além de possuir renda familiar de até cinco salários mínimos [4] [5]. Guedes diz que declaração foi dada em um contexto de defesa da entrada do setor privado na prestação de serviços públicos, como educação e saúde, corroborando com sua declaração dada na mesma ocasião atribuindo a falência do Estado na área da saúde à alta expectativa de vida da população [veja aqui].
Leia análise sobre a diminuição do acesso ao ensino superior no Brasil e os reflexos no aumento da desigualdade social.