Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Judiciário
Nível
Federal

Novo diretor-geral da Polícia Federal realiza trocas no comando de áreas estratégicas e afeta a atuação da instituição no combate à corrupção

Tema(s)
Conflito de poderes, Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Violação da autonomia institucional

O novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Paulo Maiurino, que assumiu o cargo na semana passada [1] – substituindo Rolando de Souza [veja aqui], realiza trocas de funcionários em cargos importantes dentro do órgão, que impactam o combate à corrupção. O então chefe da PF em São Paulo, Denis Cali, é substituído sem aviso prévio por Rodrigo Bartolamei, na área que representa a maior superintendência do país [2]. A troca foge dos padrões, uma vez que Bartolamei não ocupou anteriormente nenhum cargo relevante dentro da PF [3]. As chefias da Bahia e de Santa Catarina são igualmente alteradas [4]. Parlamentares da oposição temem que as substituições estejam atreladas a investigação de governadores e prefeitos por parte do presidente Jair Bolsonaro [5]. Maiurino também troca o comando da coordenação-geral de repressão à corrupção e à lavagem de dinheiro, substituindo o delegado Thiago Delabary por Isalino Giacomet Júnior [6]. A coordenação é uma área muito importante para a PF pois é responsável pelo Serviço de Inquéritos Especias (Sinq), área estratégica da PF que comanda as investigações contra políticos [7]. No dia seguinte, o delegado Felipe Leal, que comandava a Sinq, é tirado do cargo; Leal recentemente havia assinado relatório identificado irregularidades no inquérito aberto pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a Lava-Jato [8]. Em oportunidades anteriores, a Lava-Jato em São Paulo foi encerrada após demissão coletiva de procuradores [veja aqui], e as forças-tarefa no Rio de Janeiro e no Paraná também foram dissolvidas [veja aqui]. Bolsonaro disse que acabou com a Lava-Jato, pois não haveria mais corrupção no Brasil [veja aqui], e depois insinuou que a força-tarefa estaria ‘perseguindo’ sua família [veja aqui]. Em 15/04, Maiuirno retira Alexandre Saraiva da chefia da PF do Amazonas, após este ter criticado as ações do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Sales [9] [veja aqui]. O Brasil teve queda na avaliação da capacidade de combate à corrupção em 2020, segundo ranking internacional [veja aqui].

Leia a análise sobre a diminuição da eficiência da Polícia Federal sob o governo Bolsonaro.

13 abr 2021
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