Apenas após 1 ano e 2 meses do início da pandemia no Brasil, grupo técnico do Ministério da Saúde (MS) emite, pela primeira vez, parecer contraindicando o uso de cloroquina, hidroxicloroquina e outros medicamentos comprovadamente ineficazes em pacientes hospitalizados com covid-19 [1]. O documento elaborado traz diversos estudos que evidenciam a ineficácia dos medicamentos para tratamento de casos leves e em quadros mais graves da doença [2]. O novo parecer do MS indica o uso de dexametasona e tocilizumabe, remédios que podem ser utilizados em casos específicos diante de orientações médicas, como nos casos de pacientes em uso de oxigênio [3]. O documento é avaliado e recebe parecer favorável da Conitec, órgão consultivo do MS responsável pela inclusão de medicamentos e protocolos de tratamentos do SUS [4]. Antes disso, a pasta tinha documentos que recomendavam o uso de drogas como a cloroquina, a ivermectina e a azitromicina [5], em contraposição a estudos científicos e recomendações da OMS que já comprovaram a ineficácia de tais medicamentos no tratamento do coronavírus [veja aqui], [veja aqui]. Ainda assim, o presidente Jair Bolsonaro pressionou o MS para aprovação de protocolo para uso do medicamento no ‘tratamento precoce’ [veja aqui], e a Anvisa para facilitar a aquisição da droga [veja aqui], medida essa que quintuplicou, a oferta de cloroquina e hidroxicloroquina aos Estados e Municípios [veja aqui].