O deputado federal Flavio Bolsonaro (PSL-RJ) xinga o senador Renan Calheiros (MDB-AL) de ‘vagabundo’ [1] durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da covid-19, que interrogava o ex-secretário de Comunicação da presidência da República, Fabio Wajngarten [2]. Os xingamentos ao relator da CPI da covid ocorreram após Renan pedir a prisão do ex-secretário por mentir no depoimento [3]. Flavio, que não integra a comissão, comparece a sessão e afirma: ‘imagina um cidadão honesto ser preso por um vagabundo como o Renan’ [4]. O deputado federal também declara que os senadores estão transformando a comissão em um ‘palanque político’ e que Renan é um exemplo dessa politização [5]. Calheiros rebate os insultos [6], fazendo alusão ao suposto esquema de rachadinhas em que Flavio é investigado [veja aqui]. Em 13/05, Jair Bolsonaro repete comportamento do filho e também profere ofensas a Calheiros [7]:‘Sempre tem algum picareta, vagabundo, querendo atrapalhar. (…) temos um vagabundo inquirindo pessoas de bem no nosso país’, afirma o presidente da República [8]. Renan também responde às ofensas de Bolsonaro [9]. Desde o início das atividades da CPI da covid-19, Bolsonaro e seus apoiadores vêm atacando constantemente a sua realização e boicotando as atividades da comissão [10]: em um áudio o presidente da República afirma que a CPI deve investigar prefeitos e governadores; Bolsonaro também diz que teme ‘relatoria sacana’ com o intuito de ‘perseguir o governo federal’ [veja aqui]. Em 27/04, a deputada federal e apoiadora de Bolsonaro, Carla Zambelli (PSL) tentou barrar a relatoria da CPI pelo senador Renan Calheiros [veja aqui]. Durante a sessão da comissão que interrogava Wajngarten, Zambelli promove ataques e tumultuo contra os integrantes da CPI [11]. Em 06/05, o presidente da República também chama a CPI de ‘xaropada’ [12].
Leia sobre como a reação de Bolsonaro contra Renan Calheiros é consequência da perda de apoio popular e da pressão da CPI da covid-19 sobre o governo federal.