Augusto Aras, Procurador Geral da República (PGR), rejeita abertura de inquérito contra o presidente Jair Bolsonaro, por conta de cheques de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador e filho do presidente Flávio Bolsonaro (Republicano–RJ), depositados na conta da primeira-dama, Michelle Bolsonaro [1]. A decisão de Aras ocorre em ação proposta pelo advogado, Ricardo Bretanha Schmidt, que pede pela investigação de possível envolvimento do presidente nas transações entre Queiroz e Michelle [2]. Segundo Aras, não existe ‘lastro probatório mínimo’ para a abertura de investigação contra o presidente [3]. O PGR ainda diz que a investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro, que apura as relações entre Flavio Bolsonaro e Queiroz, não apontam nenhum indício de crime por parte de Jair Bolsonaro [4]. Esta não é a primeira vez que Aras toma decisões que beneficiam interesses da família Bolsonaro, levantamento demonstrou que, durante um ano de atuação, o PRG realizou 30 manifestações alinhadas a posicionamentos do presidente [veja aqui]. A decisão de Aras foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF) e em 13/05 o relator, ministro Marco Aurélio, atende ao pedido do PGR, para arquivar a investigação [5]. Fabrício Queiroz é amigo da família Bolsonaro há mais de 20 anos [6], e atualmente é investigado por envolvimento em organização criminosa de desvio e lavagem de dinheiro, no gabinete de Flávio Bolsonaro, através de esquema de ‘rachadinha’ [veja aqui]. Em 18/06/2020, Bolsonaro afirmou que a prisão de Queiroz seria ‘espetaculosa’ [veja aqui]. Em 23/08/2020, Bolsonaro realizou ataques à imprensa ao ser questionado sobre os depósitos feitos por Queiroz à sua esposa [veja aqui].
Leia análise sobre atuação de Augusto Aras.