Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Estadual

Polícia Militar reprime manifestação em Recife, atinge dois homens com balas de borracha e vereadora com spray de pimenta

Tema(s)
Forças Armadas, Participação da sociedade civil
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo
Estado
Pernambuco

A Polícia Militar (PM) do estado de Pernambuco reprime, violentamente, com balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo, protestos pacíficos contra o presidente Jair Bolsonaro [1]. A repressão atinge dois homens, Daniel Campelo da Silva, de 51 anos, e Jonas Correia de França de 29 anos, os quais vieram a ter lesões permanentes em um dos olhos [2]. Além deles, a vereadora do Recife, Liana Cirne (PT), também é agredida pela PM com spray de pimenta [3]. As manifestações contra Bolsonaro, ocorrem em diversos estados, com demandas como: ‘fora Bolsonaro’, ‘vacina no braço e comida no prato’ [4] e, segundo organizadores, foram pacíficas, com respeito ao distanciamento social [5]. Após o ocorrido, o governador do Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirma que a Secretaria da Defesa Social irá instaurar procedimento para investigar os fatos [6], afirmando ainda que o comandante responsável pela operação e quatro policiais militares envolvidos nos ataques são afastados e estão sendo investigados [7]. Em documento oficial da comunicação da PM, demonstra-se que as ordens para a repressão do protesto são do então comandante-geral, Vanildo Maranhão [8]. Segundo o documento, o objetivo foi evitar aglomerações e, para isso, os policiais deveriam ‘de todas as formas, negociar para que os manifestantes se dispersassem antes da chegada da Tropa de Choque’ [9]. O governo de Pernambuco afirma que a operação não foi autorizada [10]. Três dias depois da manifestação, o comandante Vanildo Maranhão pediu exoneração do cargo, pedido aceito pelo governador do Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) [11]. O secretário da Justiça de Pernambuco afirma que o governo monitorava a manifestação desde o início [12]. A violência da PM repercutiu negativamente; segundo o ministro do STF, Gilmar Mendes, a ação da PM foi ‘truculenta e brutal’ [13].

Leia análise sobre o comportamento da Polícia Militar e a relação com o Bolsonaro e ouça sobre os protestos ocorridos no dia 29.05.

29 maio 2021
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