Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo, se refere a Carlos Marighella como ‘imprestável’ e fala em excluir livros do acervo da fundação

Tema(s)
Ditadura e memória, Informação
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), Sergio Camargo, anuncia, em redes sociais, que irá excluir os arquivos do guerrilheiro Carlos Marighella dos acervos da instituição [1]. A FCP foi fundada como resultado da luta do movimento negro e, tem como objetivo principal, preservar os valores culturais, sociais e econômicos gerados pela população negra no Brasil [2]. Segundo Camargo, os arquivos de Marighella seriam ‘imprestáveis’ [3]. Marighella foi guerrilheiro nacional, negro, filiado ao Partido Comunista Brasileiro (PCB), assassinado pela ditadura militar em 1969 [4] e um dos principais atores na organização da luta armada contra essa mesma ditadura [5]. O atual secretário da secretaria Especial da cultura, Mario Frias, celebra o anuncio de Camargo [6]. Em oposição ao anúncio de Camargo, o escritor e jornalista Fernando Morais diz querer incluir o acervo de Marighella no centro de memória histórica do Brasil contemporâneo [7]. Essa não é a primeira vez que Camargo age de forma contrária aos propósitos da instituição, em 15/06/2020, a FCP censurou biografias sobre lideranças negras em seu portal [veja aqui]. Em 13/10/2020, Sergio Camargo retirou nomes, como o de Marina Silva, Preta Gil e Jean Willys, da lista de personalidade negras [veja aqui]. Em outro ataque á população negra, em 17/10/2020, Camargo afirmou que escravos tinham vida ‘quase de anjo’ no Brasil ref id=1278].

Leia análises sobre os desafios de preservar o patrimônio nacional, sobre a influência bolsonarista na Fundação Palmares e sobre a atuação da diretoria na manutenção do racismo.

02 jun 2021
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