Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro diz que Aécio Neves venceu as eleições de 2014, mas não apresenta provas que comprovam a fraude eleitoral

Tema(s)
Eleições, Posicionamento político
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

Presidente da República, Jair Bolsonaro, afirma que Aécio Neves (PSDB) foi eleito em 2014 [1]. Durante a entrevista, Bolsonaro declara que houve fraude eleitoral em 2014 e que o ‘levantamento feito no TSE’ aponta para vitória de Aécio nas eleições [2]. Como nas demais vezes que defendeu a incerteza do processo eleitoral brasileiro, Bolsonaro não apresenta provas sobre as possíveis fraudes [3]. No dia seguinte, o vice da chapa de Aécio na eleição de 2014 rebateu as acusações de Bolsonaro sobre fraude, afirmando que as eleições foram limpas e que a chapa perdeu ‘porque faltou voto’ [4]. Em 11/07, Bolsonaro volta a afirmar que as urnas eletrônicas foram adulteradas em 2014, por meio de um vídeo publicado no Twitter em que membros do PSDB requisitam auditoria dos votos das eleições [5]. Entretanto, na época a auditoria foi realizada mas não encontrou indícios de irregularidades [6]. Ainda durante a entrevista, Bolsonaro declara também que caso haja persistência do método eleitoral atual nas eleições de 2022, haverá problemas porque o seu lado da disputa não aceitará o resultado [7]. Em reação, onze partidos políticos se uniram contra a mudança no sistema eleitoral em 26/06 [8]. Em diversas ocasiões, Bolsonaro se manifestou a favor do voto auditável sob justificativa de que o sistema eleitoral brasileiro é fraudulento [veja aqui] [veja aqui] [veja aqui]. Em 06/01/2020, Bolsonaro também disse que houve fraude nas eleições dos Estados Unidos, afirmação já desmentida pelas autoridades estadunidenses, e que aconteceria o mesmo caso o Brasil não adotasse o voto impresso [veja aqui]. No mês de maio de 2021, Bolsonaro declarou que ‘se não tiver voto impresso, é sinal que não vai ter eleições’ [veja aqui] e que o Lula só ganharia as eleições de 2022 na fraude [veja aqui]. Diante das inúmeras acusações de irregularidades do presidente contra as urnas eletrônicas, no dia 21/06/21 o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deu 15 dias para que Bolsonaro mostrasse as evidências das fraudes eleitorais. Entretanto, em 02/07 Bolsonaro afirmou que não tem que apresentar provas para ninguém [veja aqui]. Em meio a tantas tentativas de descredibilizar as urnas eletrônicas, o TSE lança nota afirmando que nunca houve registros de fraudes no sistema eleitoral e que qualquer atuação que vise a impedir a realização das eleições configura crime de responsabilidade [9]. Vale lembrar, que em maio de 2021 a Câmara dos Deputados instalou comissão para discutir voto impresso no Brasil [veja aqui].

Leia sobre os riscos que o discurso de Bolsonaro a favor do voto impresso e contra o sistema eleitoral atual causam ao regime democrático. Entenda como as urnas eletrônicas já são um método auditável e como a alegação de irregularidade na eleição presidencial de 2014 é fundamentada em dados falsos.

07 jul 2021
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