Tipo de Poder
Poder Formal
Esfera
Ministério Público
Nível
Estadual

Investigação do homicídio de Marielle Franco e Anderson Gomes enfrenta obstáculos e possível interferência no MP-RJ durante primeiro semestre de 2021

Tema(s)
Raça e etnia, Segurança pública
Medidas de estoque autoritário
Legitimação da violência e do vigilantismo
Estado
Rio de Janeiro

O caso de homicídio da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes enfrenta obstáculos na investigação após três anos sem respostas [1]. A investigação, com provas e testemunhas negligenciadas, inúmeras trocas no seu comando é prejudicada por atrasos [2]. Recentemente, a Polícia Civil do Rio de Janeiro trocou o titular da Delegacia de Homicídios, responsável pelo caso, pela quarta vez [3]. Em seguida, nesta data, as promotoras da força-tarefa do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), também atuantes no caso, pedem para deixar a investigação [4]. Desde 2018 Simone Sibilio e Letícia Emile estavam à frente da investigação que apura a motivação para denunciar mandante e executor dos crimes, e já haviam efetuado prisões como a de Ronnie Lessa, policial militar aposentado, e de Élcio Queiroz, ex-policial militar, ambos acusados de serem executores dos homicídios [5]. As promotoras optaram por deixar o caso após discordâncias nas negociações de um acordo de colaboração premiada entre o MP e Júlia Lotuffo, viúva de Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope e suspeito de participação nos assassinatos [6]. Inconsistências no depoimento de Júlia foram apontadas pelas promotoras [7], que se mostraram insatisfeitas com as negociações, sendo então afastadas da colaboração, tendo outro promotor sido designado para homologação do acordo [8]. A condução da investigação pelo MPRJ fica provisoriamente com o promotor Bruno Gangoni [9]. O caso permanece com a motivação e mandante desconhecido há mais de três anos [10]. As famílias das vítimas cobram um pronunciamento público sobre possíveis interferências que o caso tem recebido [11]. Vale também lembrar que citação ao presidente Bolsonaro, realizada por um dos acusados do crime, foi arquivada pelo Procurador Geral da Repûblica, Augusto Aras [veja aqui]. No dia 30/07/21, a Polícia Civil do Rio de Janeiro prende o ex-vereador Cristiano Girão Martins, acusado de ser mandante de um duplo assassinato em 2014 e suspeito no assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes [12].

Veja linha do tempo da investigação do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.

10 jul 2021
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