O presidente da República Jair Bolsonaro insiste no ataque ao sistema eleitoral vigente volta a criticar o atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso [1]. No dia 20/07, Bolsonaro acusou o presidente do TSE, bem como outros ministros do Supremo Tribunal Federal, de estarem interferindo no andamento do poder Legislativo, além de repetir acusações de fraude eleitoral, sem apresentar provas [veja aqui]. Em defesa do voto impresso, Bolsonaro volta a criticar Barroso, após este ter se oposto à proposta de implementação do voto impresso por acarretar em gasto de 2 bilhões [2]. Bolsonaro diz que ‘quem trata do orçamento é o Executivo’, e não Barroso [3]. O presidente também volta a ameaçar o pleito de 2022 ao dizer que ‘O povo vai reagir em 22 se não tivermos eleições democráticas. Todos nós queremos eleições’ [4]. O tom de ameaça às eleições de 2022 tem se repetido nos discusos do presidente [veja aqui] [veja aqui]. As agressões do atual chefe do Executivo ao sistema eleitoral ocorrem desde 2018, apesar de nenhuma acusação ter sido comprovada; em vista disso, o TSE deu prazo de 15 dias para que Bolsonaro apresentasse provas de suas acusações [5]. Em live no dia 29/07, Bolsonaro, que havia prometido apresentar provas, se limita a expor evidências já desmentidas tanto pelo TSE quanto pelo consórcio de veículos de imprensa [6]. Dentre as acusações, Bolsonaro repete que houve fraude na eleição presidencial de 2014, na qual Dilma e Aécio disputaram o cargo para presidência: ‘As curvas de Aécio e Dilma, quando se cruzaram, se estabeleceu um padrão dali pra frente (…) Isso é a mesma coisa que 240 vezes você jogar uma moeda para cima e, daí pra frente, uma hora da cara, outra da coroa’ [7] [veja aqui]. O TSE, no entanto, comprovou que não houve alternância na liderança por 240 vezes entre Dilma e Aécio [8]. A respeito dessa alegação, o PSDB, partido do candidato derrotado naquela disputa eleitoral, solicitou uma auditoria do sistema, que não constatou fraude [9]. TSE desmente em tempo real as inverdades propagadas durante a live [10]. Em 02/08, o TSE encaminha ao STF notícia- crime contra Jair Bolsonaro por divulgação de fake news, com base na live do dia 29/07 [11], será apurado “condutas vedadas a agentes públicos e propaganda extemporânea, relativamente aos ataques contra o sistema eletrônico de votação e à legitimidade das eleições de 2022” [12]. Partidos políticos também pedem provas sobre as declarações de Bolsonaro, pelo menos 11 siglas ingressaram com pedido de interpelação contra o presidente no TSE [13].
Leia análise sobre declarações falsas ditas por Bolsonaro em 2020.