Comandantes das forças armadas assinam nota de repúdio contra o presidente da CPI da covid Omar Aziz (PSD-AM) [1]. A nota se refere à fala de Aziz, feitas durante sessão da CPI, sobre militares envolvidos em suspeitas de irregularidades na compra de vacinas [veja aqui], e destaca que ‘as Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro‘ [2]. O documento foi divulgado pelo Ministério da Defesa um dia após reunião no Palácio do Planalto entre militares e membros do governo [3], onde estavam presentes ministros como Braga Netto, da Defesa; André Mendonça, advogado-geral da União, Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional; além dos comandantes do Exército, general Paulo Sérgio da Marinha, Almir Santos; e da Aeronáutica, Carlos Baptista Júnior – segundo apuração da imprensa, a reunião tinha como objetivo debater os protestos contrários ao governo que estão ocorrendo em diversos estados [4]. Dias após a divulgação da nota de repúdio, Braga Netto foi convidado pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados para explicar nota que atacou Aziz, uma vez que deputados consideram texto uma ameaça ao Congresso [5]. O relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros (MDB-AL), defendeu a convocação do ministro da Defesa para prestar depoimento sobre a nota de repúdio [6]. Para Calheiros, o ministro faz ameaças à democracia, por isso deve sim ser convocado para prestar esclarecimentos [7]. Após o incidente,Aziz se manifestou dizendo que não aceitará ser intimidado [8]. Nesta data, Gilmar Mendes encaminha à Procuradoria-Geral da República, quatro ações contra Braga Netto no STF, com o objetivo de apurar as supostas ameaças às eleições de 2022 [9].
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