Tipo de Poder
Poder Informal
Esfera
Executivo
Nível
Federal

Bolsonaro fala em ‘luta direta’, desqualifica e faz série de ataques a Luis Roberto Barroso, presidente do TSE

Tema(s)
Conflito de poderes, Eleições
Medidas de estoque autoritário
Construção de inimigos

O presidente da República, Jair Bolsonaro, afirma que a reinvidição da implementação do voto impresso nas eleições nacionais de 2022 ‘não é uma briga de quem é mais macho’, mas uma ‘luta direta’ com Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) [1]. Bolsonaro diz também que a palavra de Barroso ‘não vale absolutamente nada’ e que o ministro presta um ‘desserviço à nação brasileira’ [2]. Na mesma ocasião, o presidente afirma ainda que não vai aceitar ‘intimidações’, em referência a investigações contra ele no TSE e no STF [veja aqui], e que poderia participar de manifestação como ‘último recado’ em defesa do voto impresso [3]. Em live do dia seguinte, Bolsonaro volta a atacar Barroso, acusando-o de causar tulmuto, mentir e induzir o STF a investigá-lo [4], referindo-se à sua inclusão como investigado [veja aqui] no inquérito das fake news [veja aqui]. Vale lembrar, contudo, que a inicitiva para abertura de inquérito contra Bolsonaro no TSE e o envio da notícia-crime que redundou em sua inclusão na investigação do STF partiu da unanimidade dos ministros da corte eleitoral [veja aqui]. Em 05/08, Bolsonaro ataca também o ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news, chamando-o de ‘ministro ditatorial’ e ameaçando que ‘a hora dele vai chegar’ [veja aqui]. Luís Fux, presidente do STF, também em 05/08, desmarca a reunião entre os chefes dos Poderes da República, diante dos sucessivos ataques de Bolsonaro aos ministros [5]. Apesar disso, em 06/08, Bolsonaro segue atacando Barroso, xinga-o de ‘filho da puta’ [6] e mente sobre o histórico de votos do ministro no STF, com a falsa acusação de que ele defende a pedofilia, o que é desmentido por nota do tribunal [7] [veja aqui]. Na mesma ocasião, Bolsonaro diz que ‘parte’ do STF deseja a ‘volta da corrupção e da impunidade’ [veja aqui]. Em resposta aos ataques, Barroso diz não irá ‘bater boca’ e que é um ‘ator institucional’ que não tem interesse e nem cultiva ‘polêmicas pessoais’ [8]. Vale lembrar que Bolsonaro tem repetido falas golpistas [veja aqui] e citado a possibilidade de atuar ‘fora das quatro linhas da Constituição’ [veja aqui] em meio à sua cobrança para implantação de voto impresso e à sua ameaça de não serem realizadas eleições em 2022 [veja aqui]. Em 10/08, apesar de rejeitada em comissão especial [veja aqui], a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que institui o voto impresso vai à votação plenária e é rejeitada pela Câmara dos Deputados [veja aqui].

03 ago 2021
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