Como no mês anterior [veja aqui], o presidente da República, Jair Bolsonaro, contrariou recomendações médicas e sanitárias [1]. Em 01/09, durante de cerimônia para entrega de medalha Mérito Desportivo Militar a atletas paraolímpicos [2], Bolsonaro permaneceu sem máscara, assim como sua comitiva, e pediu para que os militares retirassem a máscara para posar em foto [3]. O evento aconteceu no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), no Rio de Janeiro [4]. Na ocasião voltou a falar sobre a possibilidade de armar a população [veja aqui] [5]. Em 02/09, em cerimônia no Planalto, afirmou que está imune ao coronavírus por já ter contraído a doença [6]. A fala contraria o que dizem os especialistas; a taxa de anticorpos no sangue não garante imunidade contra a doença, mas sim a vacina [7]. Em 04/09, durante discurso no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, Bolsonaro defendeu mais uma vez o uso de medicação sem comprovação científica [8]. No evento ele pediu que aqueles que já foram contaminados por covid-19 levantassem a mão e incitoua plateia a se manifestar caso tivesse tomado cloroquina [9]. Na plateia a maioria estava sem máscara, e muitos ergueram a mão [10]; Bolsonaro declarou que comprovação científica estava ali: ‘tá aqui a prova. A comprovação não se faz por experimentação? A prova está aqui. Porque ficarmos focados na vacina?’ [11]. Na mesma data, criticou a medida [12] adotada em São Paulo pela Secretaria Municipal da Saúde chamada de ‘passaporte da vacina’, a qual exige a apresentação do comprovante de vacinação em eventos com mais de 500 pessoas [13]. Bolsonaro disse que o decreto do governo de São Paulo que estabelece ‘o passaporte covid,’ é’ crime’, ‘ liberdade acima de tudo’ [14]. Em 06/09, Bolsonaro afirmou a apoiadores que pretende editar medida provisória (MP) para revogar a menção à vacinação compulsória do trecho da lei [15] que trata das medidas de enfrentamento da covid-19 [16]. Em 07/09, o ato pró-bolsonaro é marcado por desrespeito a medidas sanitárias de combate a covid-19 [veja aqui]. Em alguns estados houve aglomerações e manifestantes sem máscara [17]. Entre 01/09 e 07/09, o número de infectados subiu de mais de 20,8 milhões [18] para mais de 20,9 milhões [19] e as mortes somaram mais de 580 mil pessoas [20],