O Presidente Jair Bolsonaro, em discurso na Organização das Nações Unidas (ONU), defende o tratamento precoce para covid-19 – comprovadamente ineficaz para o tratamento do vírus -, além de criticar medidas de isolamento social – recomendadas por especialistas e pela OMS como forma de diminuir a circulação da doença [1][2]. Bolsonaro abre a Assembleia Geral das Nações Unidas pela terceira vez [veja aqui][veja aqui], e neste ano seguiu a retórica negacionista e anticientífica em seu discurso [3]. Na fala, Bolsonaro contrapõe as medidas de isolamento social e lockdown ao desemprego, dicotomia recorrente em seu discurso [veja aqui] – amplamente criticada por economistas [4] -, afirmando que essas políticas levaram à inflação global [5]. O presidente também ressalta o índice de 90% de população adulta vacinada, destoando das muitas declarações e posicionamentos notadamente antivacina manifestados por ele anteriormente [veja aqui][veja aqui][6]. Ele se posiciona contrário ao projeto adotado mundialmente [7] de passaporte da vacina ou outra responsabilização ligada à obrigatoriedade de vacinação [8]. O ineficaz tratamento precoce contra covid-19, bandeira de apoiadores do governo e negacionistas [9], foi novamente citado como relato pessoal de superação da doença [10]. Por fim, ainda tratando do tratamento precoce – chamado por ele de ‘tratamento inicial’ –, Bolsonaro defende a recomendação de medicamentos ineficazes contra a covid-19 como decisão autônoma dos médicos [11].
Confira os pontos falsos do discurso de Bolsonaro na ONU e o que isso representa para o mundo.