O presidente da República, Jair Bolsonaro, fala mentiras relacionadas à gestão de seu governo sobre meio ambiente na 76ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York [1]. Dentre as afirmações falsas, o presidente diz que os recursos humanos e financeiros destinados ao fortalecimento dos órgãos ambientais foram dobrados [2]. No entanto, o orçamento destinado ao Ministério do Meio Ambiente em 2021 foi menor que o autorizado e executado em 2020 [3] e é o menor orçamento do século para a pasta [veja aqui]. No discurso, Bolsonaro também distorce os dados sobre o desmatamento na Amazônia, afirmando que no mês de agosto deste ano houve uma redução de 32% da devastação quando comparado a agosto do ano anterior [4]. Embora essa redução percentual seja verdadeira, os dados não traduzem toda a realidade ambiental e ignoram o contexto de avanço da destruição sob a gestão do atual governo [5]. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), 2021 é o 2º ano com maior desmatamento na Amazônia desde 2015 [veja aqui]. Vale lembrar que, em maio deste ano, a política ambiental do governo Bolsonaro foi denunciada à Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) [veja aqui], além de haver dossiê elaborado por servidores [veja aqui] acusando-o de estimular a grilagem [veja aqui] e flexibilizar leis ambientais [veja aqui]. Em 2020, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) transferiu a regularização fundiária do Incra para os municípios [veja aqui] e o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, estimulou passar a ‘boiada’ por meio de revogações de regras ambientais e militarização do ministério [veja aqui]. Por esses motivos, o Tribunal de Contas da União (TCU) aponta o governo federal como grande responsável pelo aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia [veja aqui].
Confira o discurso completo de Bolsonaro na ONU e as demais mentiras proferidas pelo presidente.